Em janeiro do ano anterior, passei um mês num projeto em Juazeiro da Bahia, e ainda não escrevi nada de lá.
Infelizmente tive que ir para lá para descobrir o Brasil. Descobrir que o Brasil de verdade é do Rio para cima, que aqui em baixo é Europa.
Lá descobri que Juazeiro fica no Norte da Bahia, mas que o Juazeiro do Norte é no Ceará. Lá vi oo vivo e a cores o Rio São Chico tão comentado nas aulas de Geografia do Professor Esmael, Edequiel, Israel, Izael, como queiram, no Martinão.
Em Juazeiro não tem só gente morrendo de inanição, passando fome e sede num horrendo calorão. Lá é o calor bom, é seco, tem vento ás vezes, e na sombra é fresco. Pique-Nique para eles, não é colocar uma toalha e comida em cima num parque, é o nosso geladinho, sacolé, xupa-xupa. Os sabores vareiam de manga a umbu, que é horrível.
A culinária lá é fraca, acarajé é péssimo, vatapá também. O piqui que vai no arroz, péssimo, o baião-de-dois dá pra come, a ciriguela também, e a água da cocô é bebível.
O bom de lá é o povo, hilário, entusiasmado, hospitaleiro, brasileiro, mesmo na M, fica rindo o dia inteiro.
No Futebol são fracos, jogam só pra cumê água. Mas na alegria não tem como bate.
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